Trabalhos Publicados

 Apresento aqui mais um trabalho realizado para comemorar o dia Nacional da Matemática. Foi no ano de 2005...leia o poster e entenderá!Poster festival de música popular matemática
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I) MÚSICA & MATEMÁTICA: UM CASAMENTO FELIZ!
                                                                                                                                       Clarissa Trojack


            Férias! A maioria dos professores quer descansar, desligar de trabalho, escola, estudo. Porém, outros mais dedicados àquilo que fazem, mesmo em férias, vêem situações que poderiam ser úteis em suas aulas. Para mim, a Matemática é assim. Ela exerce um poder de sedução tão grande, que mesmo em férias, certas situações saltam aos olhos. Foi assim que aconteceu nesta experiência...
Estava ouvindo um CD da banda gaúcha “Papas da Língua”, quando de repente uma música começou a falar em números, números, números, o que é, o que são, o que dizem sobre você. Achei aquilo bastante interessante e comecei a prestar mais atenção na letra da música. Descobri que ela estava cheia de termos e significados matemáticos. Imediatamente veio a idéia de aproveitá-la no início do ano letivo para sensibilizar os alunos mostrando que a Matemática está em situações que nem percebemos.
            Conforme Cavalcante (2005) é com dinâmicas divertidas que apresentamos a escola e nossa disciplina aos alunos. A integração dos primeiros dias de aula traz a confiança e o bem estar necessário aos estudantes. Se desejamos que nossos alunos tenham interesse e sintam prazer no estudo, devemos nos modernizar e trabalhar com atividades que vão ao encontro a seu tempo e sua idade.
            Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1999) sugerem que se dê significado ao conhecimento escolar, mediante a contextualização e que evitemos a compartimentalização por meio da interdisciplinaridade. Mas ao invés disso, a Matemática ainda é vista pela grande maioria dos alunos como um “bicho-papão”. De acordo com Fiorentini (1995) é suficiente que o professor apenas conheça sua matéria e é papel do aluno “copiar”, “repetir”, “reter” e “desenvolver” o conhecimento nas provas, da mesma maneira que “recebeu”.
            Penso que trabalhar a Matemática dessa forma significa não mostrar ao aluno o acesso efetivo ao conhecimento, ou seja, a forma especial de pensamento e linguagem e, portanto, a uma forma especial de ver o mundo.
            Aprender Matemática não consiste só na habilidade de resolver cálculos ou na memorização de conceitos. Os alunos aprendem significativamente quando conseguem atribuir sentido às idéias matemáticas – mesmo aquelas mais simples, e sobre elas é capaz de pensar, estabelecer relações, analisar, discutir e criar.
            Apoiada nas idéias acima, copiei a letra da música que estava ouvindo e analisei cada estrofe cuidadosamente. Procurei tirar tudo que podia da mesma.
No primeiro dia de aula, levei o rádio e o CD dos Papas da Língua para as turmas que deveria lecionar. Num primeiro instante fizemos as devidas apresentações e procurei externar o que penso sobre a Matemática. Disse que a mesma é importante e útil em tudo que fizemos. Existem momentos em que mesmo não sendo explícita ela está presente, como o exemplo da música. Os alunos ouviram-na atentamente. Muitos já conheciam, pois a banda faz muito sucesso e é bastante apreciada pelos jovens. Quando a música terminou de ser executada, alguns alunos espontaneamente, mesmo já a conhecendo disseram não haver percebido seu conteúdo matemático. A partir daí, lancei várias perguntas envolvendo a letra da música. Todos se dedicaram à atividade mostrando bastante interesse. Aproveitei para lembrar o conteúdo de porcentagem e para mostrar que os números têm vários significados. Por exemplo, quando digo que meço 1,70 m e peso 64 quilos é diferente de dizer que comprei 1,70 m de tecido na loja tal, número 64. Os números estão no nosso celular, na conta da luz, no horário da novela, nas pesquisas estatísticas, enfim em tudo. E, dependendo do modo como são apresentados, têm significados diferentes.
            Encerrei o dia muito satisfeita pelo resultado do trabalho. Resolvi então enviar um e-mail para a banda contando sobre o feito e pedindo permissão para divulgar a experiência. Alguns alunos e colegas acharam minha atitude boba (é bem capaz que uma banda famosa como os Papas da Língua vão dar atenção para um e-mail de professora). Contudo, alguns dias depois, recebi a resposta. A mensagem dizia:

 [...] que bacana essa sua idéia de usar música nas aulas de matemática; pra falar a verdade nos sentimos honrados de poder contribuir para alguma coisa no que se refere à educação dos nossos garotos e garotas do Brasil! Não há nenhum problema em você escrever sobre isso e citar a nossa música, aliás, será um prazer!
Tomara que dê tudo certo por aí e qualquer coisa me escreva dizendo como foi a matéria!
Um grande abraço e beijos de todos nós do papas pra você e dê lembranças aos teus alunos! Sorte, saúde e parabéns pela tua iniciativa! Escreva mandando notícias de General Câmara! Acho que não fizemos show por aí ainda....


                No dia seguinte levei a mensagem para a escola e li para os alunos. Eles ficaram surpresos e ao mesmo tempo muito contentes. Aproveitei o momento para mostrar que devemos acreditar e apostar nas coisas que fazemos. Só assim somos valorizados e crescemos como indivíduos. Ninguém terá oportunidades na vida se não ousar, se não procurar ser diferente e criativo. Penso que são com atitudes que também educamos nossos alunos. A Matemática em certos momentos também serve para ensinarmos valores, caráter e ter confiança em nós mesmos. Posso dizer que iniciei um ano letivo feliz!
            Fica aqui o registro e a sugestão de uma atividade que deu certo! A música é uma ferramenta bastante poderosa para chamar a atenção dos estudantes. A atividade foi aplicada em alunos de ensino médio, mas bem pode ser utilizada em alunos do ensino fundamental.

ESSA NÃO É A SUA VIDA
 Léo Henkin - Papas da Língua

Roubar
Subtrair uma parte qualquer
Da metade do que não é nada
A não ser um pedaço qualquer
de alguém

Matar
Subitamente apagar dessa vida
Um pedaço que é nada mais
Que uma parte qualquer
Da metade do que não é nada
A não ser um pedaço qualquer
de alguém

Viver
Repetir todo o dia a tarefa
De ser um a mais
Uma parte qualquer da metade
Do que não é nada a não ser alguém

Morrer
Simplesmente sair dessa vida
E deixar para sempre de ser
Um a mais e de ser
Uma parte qualquer da metade
Do que não é nada
A não ser alguém

Números, números, números
O que é, o que são
O que dizem sobre você
Essa não é a sua vida
Essa não é a sua história

Sentir
Sente-se que a metade de 20%
dos 20.000.000 de mulheres
No mundo não sentem nenhum prazer

Saber
Sabe-se que o total de pessoas
Que sabem o que é o amor
É igual à metade
Dos que já não sabem o que é amar

Falar
Fala-se que só metade
Dos homens que sabem falar
Realmente não falam aquilo
Que sentem e falam

Pensar
Pensa-se que uma parte
Daqueles que pensam
É só a metade dos 20%
que pensam naquilo
que é bom para si

Números, números, números
O que é, o que são...


Atividades:

1) Destaque todas as palavras da música que tenham um significado matemático e escreva o que significa:

2) Escreva frases que tenham números, números, números que digam o que são ou o que dizem sobre você.

3) Conforme a música quantas mulheres no mundo não sentem nenhum prazer?

4) Conforme o IBGE, o nº de habitantes do município de General Câmara/RS é de 8.737, sendo 4.377 mulheres e 4.360 homens. De acordo com a música, quantas mulheres em General Câmara sentem prazer?

5) Quantas pessoas em General Câmara/RS sabem o que é amar?

6) Quantos homens em General Câmara/RS falam aquilo que sentem?

7) Se a população de um lugar é de 25.500 habitantes, quantos pensam naquilo que é bom para si?



Referências:

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília, 1999.

CAVALCANTE, Meire. Como integrar a turma na volta às aulas. Nova Escola.São Paulo, n.179, p.32-35, Jan/fev de 2005.

FIORENTINI, Dario. Alguns modos de ver e conceber o ensino da Matemática no Brasil.  Zetetiké, Campinas, v.3, n 4, p.1-37, nov.1995.

Aqui a apresentação em power point desse trabalho:

Papas
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II) Este trabalho foi muito interessante, pois eu estava brincanco com a Torre de Hanói e percebi a autossemelhança nos movimentos. Numerei os números dos movimentos e fui para o excel. Nasceu ali lindos fractais.
BRINCANDO COM A TORRE DE HANÓI E DESCOBRINDO FRACTAIS. Está publicado no boletim GEPEM nº 50.
Brincando Com a Torre de Hanoi e Os Fractais

III) Aqui mais um artigo feito por mim e mais duas colegas. Mercedes e Elvira. Está no boletim GEPEM 53, pág. 111-132. EXPLORAÇÃO DE TRABALHOS DE ESCHER EM AULAS DE GEOMETRIA.

analise combinatoria



5 comentários:

  1. Eheheh, estou evoluindo. Hoje consegui fazer um menu e aqui vou postar trabalhos meus que estão publicados!

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  2. CLARISSA
    PARABÉNS pelo BLOG e pela escolha da música (eu não conhecia e amei...)

    Bjs

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  3. E o que dizer do e-mail dos garotos do Papas da Língua... Bom... Muito bom...
    Clarissa vc me surpreende a cada post deste Blog.

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  4. Mais uma coisinha...

    Música & Matemática & Blog = uma "família" feliz...rsrsrsrsrsrs....

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  5. Clarissa
    Parabéns pelo seu blog!!!
    Seus alunos tem muita sorte, pois sua aula deve ser muito LEGAL. Afinal matemática, química e física não caem tão bem na graça dos alunos. Amei sua experiência com a música.
    Parabéns e muito sucesso amiga, pena que no nosso tempo os professores não tinham criatividade e TESÃO para dar aula. Apesar que posso dizer que fui uma boa aluna, consegui apreender mesmo sem a criatividade dos nossos professores.
    Bjus

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